sábado, maio 19, 2007
Cracolândia vai a leilão para virar bairro
   Odebrecht e pool comandado pela Company S.A. querem comprar terrenos para construir um novo bairro na região
  Secretário diz que a decisão de fazer um só leilão é porque grupos pretendem erguer um único empreendimento integrado na região 
       EVANDRO SPINELLI
  JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
   DA REPORTAGEM LOCAL
   Dois grupos empresariais  disputam o direito de transformar a região da cracolândia, no  centro de São Paulo, em um novo bairro. De um lado está a  construtora Odebrecht. Do outro, um pool de investidores capitaneado pela Company S.A.,  uma das maiores incorporadoras imobiliárias do país.
O que está em disputa é uma  área de 103 mil m2 que será desapropriada pela prefeitura e  leiloada, em um único lote, para que a empresa vencedora  transforme a região degradada  em um local atrativo para empresas da área de tecnologia e  moradores da classe média.
Incluindo áreas que não serão desapropriadas -ruas, praças, prédios públicos, como o  Poupatempo e o Corpo de  Bombeiros, e a tradicional rua  Santa Ifigênia, conhecida pelo  comércio de produtos eletrônicos-, a cracolândia, ou Nova  Luz, como prefere a prefeitura,  tem 269 mil m2.
Uma lei de 2005, do então  prefeito José Serra (PSDB),  concedeu benefícios fiscais para empresas que se instalarem  na região, com ênfase para os  setores de informática e alta  tecnologia, para "aproveitar a  vocação da Santa Ifigênia".
Na mesma época, um decreto definiu uma área de 105 mil  m2 dentro da região como passível de desapropriação. Nesta  semana, um novo decreto igualou as áreas de benefícios fiscais e desapropriação com o  objetivo de facilitar a "entrega"  da área para um único grupo  construir o novo bairro.
O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, disse  que a decisão de fazer um único  leilão de todo o lote foi tomada  porque os grupos que procuraram o governo tinham interesse em toda a área, para fazer  um único empreendimento  completamente integrado.
A revitalização da cracolândia é, confessadamente, "a menina dos olhos" de Matarazzo.  Sem se comprometer com prazos, o secretário pretende que,  até o fim de 2008, as obras já  tenham começado na região.  As desapropriações devem começar em até seis meses.
Próximo Texto: Atrativos: Investidor tem desconto no IPTU e no ISS
Índice